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O projeto ATRAVESSAR foi criado para acolher mulheres que receberam diagnóstico de câncer e buscam apoio para realizar essa travessia nesse momento da vida.

Foi pensado em 03 movimentos independentes:

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1) On line 

grupo de apoio terapêutico e cuidados à mulheres que se sentem fragilizadas pelo recente diagnóstico de câncer

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Encontros virtuais semanais de 2h cada, pela plataforma zoom, em módulos de 04 encontros.


Mesmo com todos os avanços da ciência, receber qualquer diagnóstico que traga ameaça para nossa sobrevivência causa um estremecimento no mundo que conhecemos. Medo, solidão, insegurança e descontrole são naturais nesse momento de ruptura. 
A proposta desse trabalho é acolher mulheres que se encontram nesse lugar e oferecer um ambiente seguro, protegido, confortável que elas possas expressar os sentimentos e partilhar histórias. 
Criaremos juntas esse espaço de aconchego para caminharmos juntas nessa travessia. 

Durante os encontros, além das conversas circulares, poderão ser utilizadas técnicas corporais e meditativas que ativem as dimensões:
•    física - o corpo como unidade
•    social - o singular e o plural - o que é meu sendo meu e, o que é meu sendo nosso
•    emocional -  a fala e a escuta no tempo presente 
•    psíquica - apropriar-se da sua história
•    espiritual - presença


HORÁRIO: das 9h00 às 11h aos SÁBADOS

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Inscrição aqui

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2) Presencial

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travessia - rito de passagem

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Para quem recebe um diagnóstico de câncer, é inevitável a dor do luto. É uma crise entre o mundo que se conhecia e o mundo que está por vir. Nesse intervalo, muitos sentimentos emergem: medo, tristeza, angústia, depressão, fragilidade, raiva, fracasso.

É preciso também lidar com os efeitos colaterais visíveis da doença, causados principalmente pela quimioterapia: a queda dos cabelos, que pode significar fracasso, perda da identidade e da autoestima. Ou seja, a perda da autoimagem.

Nesse momento de transição, quando a vida fica imersa em mistério, o desafio é atualizar essa autoimagem e transformar em renovação da aliança consigo mesma a dor pela perda dos cabelos.  Esse processo é para além da estética. É se dispor para uma revisitação de alguns aspectos da vida, discernindo o fluxo do que precisa ser mantido ou transformado. Não se trata de “abandonar” o passado, mas de ativar um olhar compassivo para a própria história

 

Desde que nascemos, passamos por vários rituais de passagem: batismo, casamento, ano novo, aniversários, formaturas. Existem em todas as culturas, primitivas ou urbanas, e marcam a passagem de uma condição para outra.

É nesse intervalo entre uma vida que não funciona mais para uma vida que pede para nascer que esse trabalho se propõe, dentro de um espaço seguro, de acolhimento e de proteção, deixar brotar um sentido à experiência e fortalecer o compromisso consigo mesma para preparar-se para a nova vida que se configura.  O ato de “raspar a cabeça” é um marco na sua história pessoal. É um renascimento, um recolocar-se na vida com estrutura física, psíquica e emocional para avançar.

Esse trabalho requer aproximadamente 6 horas. Pode ser feito individualmente ou em pequenos grupos.

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Um mimo

para quem participar do Travessia receberá de presente um ensaio fotográfico para registrar esse momento.

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Se inscreva aqui

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Ensaio fotográfico

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“Quando nos faltam ferramentas para a autoformação,

a vida nos forma em vez de formarmos nossa vida”

Stanley Keleman

 

A vida não é mais a mesma, seu corpo também não. A queda dos cabelos muito interferem na autoestima e no auto reconhecimento. De repente, tudo muda. Esse é o efeito visível do caminho para a cura que você escolheu, é parte difícil, porém necessária do tratamento.

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A fotografia revelará a sua beleza no momento presente. Isso é para além da fotografia. Mais que imagem, é atualizar a sua autoimagem e devolver a sensação de controle de sua vida. Reconhecer-se no agora, resgatar seu amor pela vida e por você mesma.

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Para tanto, faremos exercícios de reeducação corporal do método Ivaldo Bertazzo. 

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Compartilho esse texto que nasceu de uma experiência que mudou minha maneira de estar na vida: quando atualizei minha autoimagem.

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Quando a vida que existia não existe mais, essa dor, da perda, do luto, onde ela exatamente ela mora?

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meu corpo, minha história

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Folha em branco. Antigas e companheiras crenças e medos tomam o controle e fazem meu corpo contorcer, a respiração oscilar. Sentimentos e emoções emergem e dão forma ao meu corpo, estou dentro de mim. Meus sentimentos me moldam.

Tudo em mim é movimento: Respiração, circulação, pulsação, pensamentos. Tudo é movimento fora de mim.

Estou nesse mundo. Tenho um corpo. Mas que corpo é esse? Qual sua forma? Em que fôrma me moldei?

Lembro o dia que vi um peru tentar entrar no galinheiro. Ele não conseguia, a entrada era menor que ele. Angustiava-me acompanhar suas sequenciais tentativas frustradas. Foi quando percebi que ele era único num galinheiro de angolas. Sem referência, talvez se pensasse uma angola. Coitado! não sabia quem era, não sabia do seu tamanho.

Essa cena aparentemente boba me levou a refletir sobre minha autoimagem. Aquele peru não sabia de si, mas e eu? Sabia de mim? Qual a imagem que eu fazia de mim mesma?  Não me sentia “confortável” em meu corpo, isso era um fato. Quando eu me pensava, a imagem que surgia era em 2D, como uma fotografia, mas essa não era eu. Tinha camadas mais profundas que eu não conseguia acessar pelo pensamento. Precisava ir além. Entreguei-me aos movimentos involuntários do corpo, deixei ele me conduzir aos meus subterrâneos. Comecei a “sentir” meu corpo. Deparei-me com um corpo contorcido, distorcido, amarrado, sofrido. Um corpo escondido, humilhado. Todas as formas que precisei fazer para “dar conta” de estar no mundo estavam ali, sobrepostas, cristalizadas. No mais íntimo de mim eu não me via com bons olhos. Isso eu já tinha percebido em terapias, mas agora isso tinha concretude no meu corpo.

Percebi que as vozes (sussurros) que emergiam em momentos de distração, quando achava que não estava pensando em nada, vinham dessa forma desengonçada: não dou conta, sou feia, sou gorda, não sou atraente, meu corpo é feio, não sou tão inteligente quanto....um dia todos descobrirão que eu sou um fracasso.

Por mais que eu, conscientemente, tentasse mudar meu destino, eram essas vozes/sentimentos que orientavam minha vida.

Era resultado de uma dicotomia entre consciente e inconsciente. Um desacordo entre o pensar-se e o sentir-se.

O que fazer com tudo aquilo que emergia do meu inconsciente? Como dar voz ao corpo? Com muito cuidado e autocompaixão comecei a dar forma, a corpar, meus sentimentos.

Foi uma noite longa. Desanexei os corpos e “corpei” cada um deles: o corpo humilhado, o corpo objetificado, o corpo negado, o corpo invisibilizado, o corpo machucado, o corpo ridicularizado, o corpo reprimido, o corpo gozado, o corpo empoderado, o corpo diminuído, o corpo doído, o corpo desconfiado, o corpo sem forma.

Como eu fiz para moldar a mim mesma? Contraí um musculo aqui, afrouxei outro lá, me contorci, me apertei, me desorganizei para criar uma forma que “desse conta” de suportar o que a vida trazia.

Aquilo era uma terapia. Eu, terapeuta de mim mesma. Horas e horas para reconhecer e transformar padrões de comportamentos repetitivos. Identificar e desconstruir velhas estruturas que já não funcionavam.  Expandir, recolher, encurtar, alongar, esticar. Plasticidade corporal/emocional.

Criei uma coreografia de minha história emocional. Meu corpo me contava a minha história. Eu estava reconstruindo uma nova forma de estar no mundo.

Forma é função. Precisava me reorganizar somaticamente, atualizar minha forma. Organizei meu continente: pés, pernas, joelhos, coxas, quadris, coluna, cabeça, olhar, respiração. Um corpo inteiro, organizado.  Encaixes, geometrias, torção por oposição, consciência. Empurro o chão e...cresço. Tomei morada no meu corpo. Meu corpo, minha história, minha casa.

Meu corpo pôde enfim se expressar e, se expressando, pode encontrar um lugar de conforto, de acolhimento de se sentir “estar em casa”. Me remodelei, me reinventei.

Como no conto de Azarenta, eu pude mudar minha má sina e, com atenção e compaixão, dar visibilidade e cuidado a ela. Saí da condição de vítima para autora da minha auto formação.

Naquele momento, consegui atualizar minha autoimagem. Finalmente eu tinha bons olhos sobre mim. Alinhei cabeça, coração e mãos. Pensar, sentir e agir coerentes.

Ao final da noite eu não estava nem mais alta nem mais magra. Sequer passei por algum procedimento cirúrgico milagroso mas, internamente muita coisa mudou. O meu sentimento por mim mudou. Enfim, eu sabia do meu tamanho.

O trabalho é contínuo e a vida é fluida, a cada dia alguma parte da minha vida fica obsoleta, novas crises se instalam e novas transições acontecem. O importante é que eu finalmente aprendi o COMO e O QUE FAZER SOMATICAMENTE para ter sustentação emocional ao atravessar as turbulências que as transições (crises) naturais da vida .

 

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COORDENAÇÃO: 

 

 

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Maristela Ramos - especialização em Arteterapia em Educação, formação em Aconselhamento do luto pela Fundação Elizabeth Kübler Ross do Brasil, formação no método Ivaldo Bertazzo de Reeducação Corporal, focalizadora de Danças Circulares Sagradas desde 1999, formação em Educação Física e Pedagogia. Por 22 anos organizou e acompanhou o processo terapêutico ARTE DA PONTE desenvolvido por Annie Rottenstein que tem como eixo elaborar perdas e transições necessárias. Professora e coordenadora da Fundação Peirópolis de Educação em Valores Humanos por 14 anos

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CONTATO: mmaristelaramos@gmail.com - (34)988470316

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